Google Buzz - In Memorian





O Google anunciou oficialmente nesta sexta-feira o fim do desenvolvimento do Google Buzz, serviço que dá um toque de rede social ao Gmail. Considerado um dos projetos mais audaciosos na web nos últimos anos, o fechamento do projeto expõe aquela que é talvez a maior fragilidade da empresa – a dificuldade em criar ferramentas bem-sucedidas com vocação para relacionamento e interação social. Além do Buzz, o Google anunciou a descontinuação do Jaiku, espécie de rival do Twitter comprada em 2007 e que tombou diante da versão original. A ideia, agora, é dar atenção maior ao seu mais novo e ambicioso projeto social, o Google+ , considerado “patético” por um engenheiro da própria companhia.
 Criado há apenas dezoito meses, o Buzz era a nova aposta da gigante de buscas em concorrer com plataformas populares, como Facebook e Twitter. Basicamente, a iniciativa contava com um sistema de updates que permitia aos usuários do Gmail compartilhar atualizações com todos os contatos de sua rede. Na teoria, o serviço buscava facilitar a troca de conteúdo multimídia entre projetos do próprio Google, como links de vídeos do YouTube e fotos hospedadas no Picasa. Na prática, não foi bem o que aconteceu, mesmo que tenha protagonizado um grande barulho – negativo. O serviço apresentava uma falha primária de privacidade, que permitia a exibição, sem autorização do usuário, de todos os contatos provenientes do Gmail. Após uma enxurrada de reclamações, o Buzz seguiu o destino de outros projetos sociais do Google: foi colocado para escanteio. “Nas próximas semanas, vamos desligá-lo e se concentrar no Google+”, informa a empresa.
As iniciativas que acabaram em fracasso expõem o calcanhar de Aquiles do Google. Desde sua fundação, em 1998, o gigante não emplacou nenhuma ferramenta de grande participação e interação entre usuários – as exceções feitas são ao Orkut, que saiu de um projeto inicial desenvolvido por um funcionário da empresa, e ao YouTube, que não é um serviço prata da casa, fora adquirido por terceiros.
A lista de fracassos é extensa. Em 2009, foi desativado o Lively, “mundo” virtual que pretendia fazer frente ao Second Life. Pouco tempo depois, foi a vez de sucumbir o Dodgeball, serviço criado pelo fundador do Foursquare  que informava o paradeiro de usuários por meio da geolocalização. No mesmo ano, a empresa tratou de renovar e apresentou a seus usuários o Wave, tsunami que virou marola e morreu na praia em agosto de 2010. Jaiku e Buzz, claro, ampliam a lista. Neste ano, o cenário é diferente: chegou o momento de centralizar esforços.

Desde que voltou ao comando do Google em janeiro, Larry Page, fundador da companhia ao lado de Sergey Brin, passou a adotar uma política de economia para manter o foco apenas nos projetos mais importantes. Só neste ano, mais de dez produtos foram descontinuados, como os interessantes serviços que não caíram do gosto dos usuários de internet Fast Flip (leitura em dispositivos móveis), Subscribed Links (busca especializada de conteúdo), além do Google Labs , um laboratório virtual criado para incentivar a elaboração de projetos e experimentos na internet.

Fonte: [VEJA ]

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