Estrela lança nova versão do produto, com máquina de cartão eletrônico.
Contra concorrência da China, empresa usa importações e tecnologia.

Além do pagamento no cartão, os jogadores deixam de comprar as antigas empresas anônimas de navegação, aviação e ferroviária à venda no jogo original para adquirir ações de mentirinha da Vivo, Itaú, MasterCard, Nívea e Ipiranga, parceiras que na vida real contribuíram financeiramente para subsidiar o investimento tecnológico necessário para criar o brinquedo.
Nós usamos um modelo de máquina real para fazer o molde da maquininha de brinquedo"Cristina Paslar, diretora da Master Card
“Agregamos tecnologia ao jogo para ambientar a criança com situações do dia-a-dia dela. Hoje quando ela sai com seus pais o que ela vê são os cartões de crédito e débito”, diz Carlos Tilkian, presidente da Estrela.
A estimativa do executivo é de que sejam vendidas 120 mil unidades do brinquedo em 2010, impulsionando crescimento de 15% no faturamento da empresa.
"A gente usou um modelo de máquina real para fazer o molde da maquininha de brinquedo. Só que de maneira mais simplificada, para a criança", diz Cristina Paslar, diretora de marketing da MasterCard, que diz que o jogo é uma oportunidade da marca se comunicar com consumidores diferentes do seu alvo costumeiro, que são jovens acima de 18 anos.
A Estrela investiu R$ 3 milhões e buscou parcerias para lançar a nova versão do jogo, que chega às prateleiras esta semana pelo preço médio de R$ 129. "Fomos conversar com a MasterCard para dar à maquininha um cunho mais próximo da realidade. Chamamos também outras empresas que têm público infanto-juvenil como alvo para que suas 'ações' pudessem ser compradas pelas crianças", diz Tilkian.
A reedição do antigo produto, um dos 280 lançados pela Estrela este ano, faz parte da estratégia adotada nos últimos anos pela fabricante para combater a forte concorrência dos produtos chineses. Também estão entre os relançamentos de 2010 da companhia as linhas Ferrorama e as bonecas Chuquinha, sucesso nos anos 80.
O Banco Imobiliário com cédulas de papel, no entanto, continuará à venda, segundo a Estrela.
Novas empresas, mesmos endereços
Apesar das mudanças, o brinquedo mantém características da versão anterior: endereços famosos de São Paulo e Rio como a Avenida Vieira Souto e a Rua Oscar Freire continuam à venda no tabuleiro.
Apesar das mudanças, o brinquedo mantém características da versão anterior: endereços famosos de São Paulo e Rio como a Avenida Vieira Souto e a Rua Oscar Freire continuam à venda no tabuleiro.
As regras básicas do jogo também continuam parecidas: os competidores começam o jogo com um crédito de R$ 14 mil, que vai variando conforme as compras de imóveis e companhias são debitadas e creditadas no cartão. Quando um jogador tem que pagar o outro, os dois cartões passam pela máquina. Um para ter o valor debitado e o outro para receber seus créditos.
Embate e parceria com a China
Para Tilkian, da Estrela, investir em diferencial tecnológico é um dos principais recursos da empresa para vencer a concorrência dos produtos chineses, mais baratos e importados em larga escala no Brasil e em outros países que costumavam ser clientes fiéis da fabricante.
Para Tilkian, da Estrela, investir em diferencial tecnológico é um dos principais recursos da empresa para vencer a concorrência dos produtos chineses, mais baratos e importados em larga escala no Brasil e em outros países que costumavam ser clientes fiéis da fabricante.
Eu posso importar até 90% do meu faturamento que eu ainda sobrevivo. O problema é que assim eu mato muitos empregos.
Carlos Tilkian, presidente da Estrela
A empresa passou nos últimos três anos a comprar ela própria produtos e componentes da China para baratear o custo de produção de seus produtos e recuperar competitividade. Em 2009, 45% do faturamento da empresa veio dos importados da China, segundo o presidente da Estrela, que atribui a dificuldade do setor de briquedos à política econômica de altos tributos e câmbio.
"As empresas vão sempre sobreviver; eu posso importar até 90% do meu faturamento que eu ainda sobrevivo. O problema é que assim eu mato muitos empregos. Eu, como brasileiro, queria importar 3%, mas depende de mudança do modelo econômico brasileiro", afirma ele, que diz que a projeção "ideal", mas sem perspectiva de realização, seria a de importar o equivalente a 10% de seu faturamento.
O impacto chinês se reflete também nas vendas externas: as exportações da empresa caíram de 15% para 2% do faturamento da empresa nos últimos anos."Não dá mais para exportar para a Europa e EUA; agora esse percentual vai só para a América Latina", diz o presidente da empresa.
"Eu não posso aumentar o preço para o consumidor só porque a gente gosta de ter fábricas", lamenta o executivo, que prevê inaugurar a terceira unidade fabril da Estrela em setembro, em Sergipe.
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